Treinamento para Manipuladores de Alimentos
Ferramentas de Treinamento e Desenvolvimento
de Manipuladores de Alimentos
Por Caroline Gargantini
Ter funcionários qualificados, capacitados e motivados e, como decorrência, eficazes, eficientes e competentes, significa crescimento, aumento da receita, sucesso empresarial, alta produtividade, alcance das metas e objetivos o que oferece uma vantagem competitiva no mundo globalizado.
Segundo dados do IBGE (2015), os brasileiros gastam cerca de 25% da renda em alimentação fora do lar, a Associação de Bares e Restaurantes (ABRASEL, 2015), estima que o setor represente cerca de 2,7% do PIB brasileiro e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) destaca que o setor tem crescido por volta de 14,2% anualmente. Com isso, houve um crescimento no investimento em empresas produtoras de alimentos. Houve também grande atenção e cuidado com a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos ofertados. Logo, observa-se a necessidade e a importância de um programa de treinamentos e de uma pessoa que saiba conduzir com técnicas educativas e pedagógicas esses programas para alcançar os propósitos oferecidos aos manipuladores de alimentos.
O treinamento e o desenvolvimento de pessoas nas organizações devem ser uma ação constante e frequente e precisam ser tratados como forma de alcançar vantagens qualitativas e quantitativas. Do mesmo modo, programas esporádicos mostram resultados insuficientes quando comparados a capacitações e qualificações contínuas dos colaboradores e da empresa.
As unidades produtoras de refeições (UPR´s) cada vez mais empregam capital (humano e financeiro) na especialização de técnicas que promovam a entrega de alimentos com alta qualidade higiênico-sanitária, entre elas estão o treinamento de manipuladores de alimentos.
Esse artigo tem como foco identificar o conteúdo e as estratégias didáticas normalmente empregadas, as dificultadas enfrentadas na implantação dos cursos e as soluções propostas.
As etapas do processo de treinamento
É indispensável entender que é fundamental planejar e seguir todas as etapas do processo de treinamento, pois assim os resultados esperados deverão ser alcançados. As etapas segundo Chiavenato (2010) são:
[blockquote style=”4″] Diagnóstico – levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas a longo e médio prazo; Programação do treinamento – elaboração do programa que atenderá as necessidades diagnosticadas; Implementação – aplicação e condução do programa de treinamento; Avaliação – verificar os resultados obtidos com o treinamento.[/blockquote]
Metodologias
É de suma importância utilizar técnicas diferentes durante o treinamento, porém é unanime entre os autores e consultores que se preconizem métodos ativos, em que é exigida a participação dos manipuladores de alimentos.

Treinamento usando a metodologia de aulas com recursos audiovisuais. Créditos: Tatiana Rocha D´Ambrosio
Hoje, a metodologia mais adotada são as aulas com auxílio de recursos audiovisuais, seguidas das aulas com distribuição de materiais e aulas práticas com demonstrações. Lembrando que as aulas teóricas (com recursos audiovisuais e com distribuição de materiais) não devem exceder 30 minutos, pois esse é o tempo recomendado para prender a atenção dos colaboradores. Aulas teóricas longas não são eficazes.

Treinamento usando a metodologia de aulas práticas com demonstração. Créditos: Tatiana Rocha D´Ambrosio
Já as aulas práticas com demonstração são ideais para aprendizagem e desenvolvimento de habilidades, principalmente quando feito em grupos com poucos participantes.
Há também a metodologia que utiliza atividades lúdicas que são excelentes quando se pretende introduzir ou reforçar conceitos teóricos, pois os membros do grupo se envolvem e fixam conceitos de difícil assimilação. Alguns exemplos dessas atividades são: jogos, teatro (simulação), música (paródias).
O jogo é um exercício que tem normas pré-estabelecidas e, para participar, os integrantes precisam concordar com elas. Dentre as regras podem existir: limite de tempo e/ou espaço, há início, meio e fim, entende-se que há perdas e ganhos, ou seja, há competição entre os participantes.
A simulação ou a teatralização está baseada em situações reais do cotidiano dos indivíduos, ou de grupos, em que um ou mais colaboradores assumem papéis diferentes contidos na situação que se quer vivenciar. Podem-se também avaliar comportamentos e atitudes, experimentar e observar através da atuação dos integrantes.
A diversão e a criatividade são os principais elementos para fazer uma paródia musical. O método também é utilizado para conscientizar, treinar e desenvolver manipuladores de alimentos.
As dinâmicas de grupo são benquistas pelas organizações, pois são poderosos instrumentos facilitadores de mudanças. O principal objetivo é levar as pessoas a novos comportamentos por meio da exposição, discussão e decisão em grupo. Essa técnica proporciona troca de experiências, contribuindo para a ampliação de novos horizontes, modificações estimulantes na conduta e nas atitudes.
E finalmente temos a técnica do estudo de caso. Aqui os participantes analisam situações, problemas reais ou hipotéticos, cotidianos ou eventuais. Nesse tipo de treinamento, podemos observar características como criatividade, capacidade de análise e síntese, flexibilidade, iniciativa etc.
Considerações Finais
Não há um método certo, logo cada técnica precisa ser estudada e/ou adequada às carências de cada programa. Há outros fatores que influenciam essa ação, tais como checar todos os itens que cercam o trabalho, atrair todos os integrantes antes e depois do treinamento, divulgar o projeto, dentre outros.
O uso de treinamentos constantes permite melhorias para os colaboradores, capacitando e valorizando-os, o que se torna um diferencial competitivo na qualidade do produto ou serviço. Vale lembrar, ainda, que os estudos demonstraram que o treinamento proporciona uma maior lucratividade e produtividade para empresa.
No caso dos manipuladores de alimentos, as melhores metodologias e as comumente utilizadas são os recursos audiovisuais, filmes, transparências, assim como os equipamentos de uma cozinha ou a própria pia para lavagem das mãos, além de materiais impressos de fácil compressão e acessíveis.
Deve-se destacar que o risco da ocorrência de doenças de origem alimentar ocasiona inseguranças e preocupações às pessoas que realizam refeições fora do lar e exigem alimento de qualidade e seguro; portanto, atualmente é crescente a preocupação do consumidor brasileiro com relação à qualidade dos alimentos e à consequente diminuição de riscos à saúde e do meio ambiente.
Por isso, a necessidade permanente de capacitação e aperfeiçoamento dos manipuladores de alimentos.
Referências Bibliográficas
BELLIZZI, A. et al. Treinamento de Manipuladores de alimentos: uma revisão de literatura. Revista Higiene Alimentar, n.19 Julho. 2005.
Disponível em:
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=412924&indexSearch=ID>.Acesso em 26 out. 2 016.
CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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